Breve histórico da economia baiana: século XVI até 1970

A história da economia baiana constitui-se basicamente de dois períodos. O primeiro e longo período vai do século XVI até 1970, são séculos de uma economia primário-exportadora, e o segundo de 1970 em diante é período da economia industrial, com indústrias petroquímicas, ampliada depois pela metalurgia do cobre, pela indústria de celulose, e atualmente a indústria automobilística.


Tudo começa com o "descobrimento", e as primeiras exportações com o que já se achava aqui: o pau-brasil, primeiro produto exportado na Bahia. Depois da instalação dos portugueses por aqui tem início o cultivo da cana-de-açúcar, e os engenhos que se encarregam da produção do açúcar para a exportação, essa produção concentrada no Recôncavo, que também produzia a partir da cana-de-açúcar a aguardente. Ainda no século XVI tem também destaque a produção de algodão. A partir do século XVII mais um produto entra nesse grande rol de produção-exportação, é o fumo. No século XVIII têm início a pecuária no sertão baiano, assim como o ouro extraido principalmente na região de Jacobina, mas que é pouco explorado pelo fato do Brasil concentrar sua grande área de exploração em Minas Gerais. No século XIX a produção econõmica se diversifica, continuando porém voltada para o mercado internacional. Por aqui se exportava açucar, fumo, algodão, café, diamante, couro, madeiras, tecidos de algodão,linho, lã, seda, vinhos, azeite, farinha de trigo entre outros produtos. Ainda no século XIX, mais precisamente em 1840, a indústria dá seus primeiros passos na Bahia, com a instalação de fábricas do ramo têxtil. No final do século XIX a enconomia baiana passa por uma crise que tem como causas, entre outras coisas, a dependência do mercado externo, que também se encontra em crise, e a falta de recursos financeiros. Com a restauração do mercado internacional e o crescimento do consumo interno a economia baiana começa a se recupera, e no início do século XX têm o fumo como principal produto de exportação. Os outros produtos de destaque entre 1895 e 1925 eram o açúcar, o café, o cacau e o algodão. Em 1925 entre esses produtos o cacau vira o carro chefe da economia baiana.

Em Camaçari a economia na primeira metade do século XX contava com o cultivo do coco, que junto com o carvão eram os produtos mais fortes da época, e que eram escoados para Salvador por barcos e pela estrada de ferro à pouco implantada. Estrada que levava também o gado, e uma produção pecuária de pequeno porte com carneiros, porcos e cabras. Na decáda de 40 Camaçari abriga a primeira indústria do município, a AZFA( Indústrias Reunidas AZFA) que com sua olaria fabrica telhas e tijolos, e produzia também óxido de ferro, roxo terra, e explorava gesso e tabatinga.
A descoberta do petróleo da início ao processo de industrialização do estado. Primeiro se descobre o "ouro negro" em Salvador no final da década de 40 na antiga fazenda Lobato, atual bairro de mesmo nome, depois a busca pelo petróleo chega até o recôncavo, onde em 1949 começou a ser construída a Refinaria Landulpho Alves. Desde então a economia baiana nunca mais seria a mesma, pois a descoberta do petróleo impulsionou a industrialização que já vinha sendo estudada e tinha por parte do governo um incentivo nascente. Na década de 70 esse crescimento vai ser ainda maior, e é o que veremos adiante.

Fontes:
- Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia, Fernando Antonio Gonçalves Alcoforado (Tese):http://tdx.cat/handle/10803/1944
- Site da Prefeitura Municipal de Camaçari : http://www.camacari.ba.gov.br/detalhe_noticia.php?cod_noticia=3061
Créditos da Imagem:http://laiselemos.wordpress.com/